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reflectmyself

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Lisboa: conclusões n.º3 e n.º4

Arms, 30.04.06
Na minha volta de Lisboa cheguei a mais duas conclusões que, embora não esteja relacionado com Lisboa ou com os lisboetas, foi lá onde tirei estas conclusões.

Conclusão n.º3

Está mais que provado, bem, pelo menos ficou-me comprovado, que eu sou do tipo de pessoa que não pode ver filmes romântico (ainda que sejam comédias) porque, pronto... fico todo triste por não ter sorte no amor. :-P O que vale é que isso passa...

Conclusão n.º4

Cheguei à conclusão que me sinto terrivelmente velho...
A última lembrança dos meus primos: a minha prima tinha 18 anos, o meu primo 13. Hoje: a minha prima tem 22 anos, está com casamento marcado e já tem casa. O meu primo tem 18 anos, joga (bem) futebol e está todo bonitão (e ele sabe disso... para além de se gabar!!).

E, pronto... lá vou eu a caminho da decadência...

O que vale é que esta sensação também passa... normalmente mais depressa que a sensação de tristeza de ver filmes românticos... ;-)

Lisboa: conclusão n.º1 e n.º2

Arms, 30.04.06
Hoje cheguei de um fim-de-semana longo a Lisboa... E digo-vos, aquela cidade é uma confusão pegada!! Cheguei a várias conclusões...

Primeira conclusão:

Os Lisboetas não sabem dar indicações de como ir ter a sítio x a pé. Perguntei a várias pessoas como chegar a um local a pé, e as respotas foram:

- Continue em frente e irá encontrar a paragem do autocarro. De lá apanha o que o leverá.
ou
- Apanha o autocarro 15 (ou sei lá!)
ou então
- Apanha o táxi.

Foi assim o tempo todo.... o que me leva à conclusão n.º2:

Os Lisboetas gostam de andar de cú tremido!! LOL

O respirar dele pareceu congelar antes que o vento o pudesse tirar

Arms, 27.04.06
(Texto que eu escrevi em 1998)

Marco já estava há espera do gajo há já 15 minutos, e não se iria embora enquanto ele chegasse. O homem pálido surgiu por detrás dele e arrastou-o para dentro do bêco, longe dos olhares que os poderiam incomodar. Trocaram o dinheiro e seguiram os seus caminhos separados. Marco estava agora aliviado... Ligeiramente. Começou o seu passeio de três quarteirões até ao seu prédio. Passou por incontáveis bêbedos e rejeitados inúteis, mas, no fundo ele era tão sujo e inútil quanto eles. Mas Marco tinha uma coisa melhor, muito melhor. Passou por uma prostituta, e depois outra, e por muitas mais. Elas já não têm importância, a carne é tão insignificante comparado com os prazeres do sangue.

Nunca teve um emprego e nunca se importou. Podia roubar o suficiente, e teria sempre essa vantagem. Ao princípio não passava de um passatempo, mas depressa se tornou algo para o manter vivo. Televisores, rádios de automóveis, carteiras, jóias, pensamentos, tudo o que pudesse servir para Marco manter o seu vício. O seu batia-lhe. A sua mãe batia-lhe. Todos lhe batiam e rasgavam tudo o que o pudesse se tornar num homem.

Chegou finalmente ao seu apartamento. A porta não tinha fechadura e nem era preciso. Os excrementos de ratos e as baratas mortas mantinham longe todos os que se mostravam curiosos. Marco já nem reparava no cheiro a fezes e nas paredes podres... tudo o que ele precisava era de uma colher, da seringa, de uma vela e do pó. Empurrou o sofá vomitado para o lado e atou o seu cinto à volta do braço, expondo as suas veias tenras. Agora a concentração era crucial. Ele teria que ignorar toda aquela estática ameaçadora dos seus ouvidos. Encheu a seringa enquanto o zumbido aumentava.

A estática era suave, delibrada, repetitiva, persistente. Era um som sem propósito para o momento, mas impossível de ignorar. Marco enfiou a agulha no seu braço e forçou o conteúdo o mais rápido que pôde. Caiu para trás, sobre o chão e esperou que o transe viesse e trouxesse a única paz que jamais conhecera. Mas tudo o que sentiu foi a estática. Bateu com o seu crânio no chão para fazê-la parar, mas não parou. Ia apenas aumentando. E aumentava, aumentava. Começou a ficar zonzo, mas isso já era esperado.

Chorou enquanto perdia os seus sentidos, porque ele perdeu tudo, e perdeu os céus. O barulho era demasiado alto agora. Drenava-lhe os seus pensamentos. Os seus olhos vidraram enquanto ele se deitava, imóvel, no chão desejando que a estática parasse. Perdeu totalmente os sentidos enquanto o som abusava do seu corpo, tornando-se mais presente e controlador. Mais alto. E mais ainda. A estática não parava e Marco sabia que nunca iria parar.

Os seus pulmões encheram-se de saliva e espuma e outros incontáveis flúidos, e engasgavam-se para fora da sua boca. O vómito resultante afogavam-lhe os olhos e o chão à sua volta. Já não conseguia respirar quando desisitiu e se entregou àquele zumbido confortavelmente controlador.

Perdido...

Arms, 23.04.06
Antes de mais um aviso: esta minha entrada não é, embora irá parecer, uma entrada triste. A verdade é que a única coisa que vos posso passar são palavras e, como sabem, palavras não transmitem emoções... bem, pelo menos as emoções que eu sinto, já que vocês interpretam as palavras de acordo com as vossas emoções... mas não é de filosofia ou psicologia de vos venho falar.

Sinto-me perdido! É verdade.... Sinto-me perdido nesta nova personalidade que surge em mim. Estive tantos anos fechado, por motivos profissionais, que nunca pude procurar a minha verdadeira identidade. O verdadeiro eu... Nunca tive oportunidade de me relacionar com pessoas que sentem as coisas da forma como eu os sinto. Foram tantos os anos que acabei por não saber como agir, falar e, em último caso, viver.
Tendo esta oportunidade de fazer novos amigos... amigos estes que sabem daquilo que sinto porque os sentem na pele, sinto-me novamente perdido. Sinto este novo eu com tanta intensidade que nem consigo reconhecer os meus próprios sentimentos. O que acaba por parecer ridículo, visto eu pensar que me conhecia... mas não me conheço. Já errei como este novo eu - talvez por excesso de entusiasmo, talvez por excesso de isolamento - mas errei. Não me arrependo, até porque quem sabe, compreende...
Como já vos disse, sinto-me perdido, mas não de forma negativa. É apenas porque não tenho palavras para descrever o como me sinto e, para mim, "perdido" parece-se aplicar melhor... embora não na totalidade. A verdade é que adoro esta sensação de perdição... por mais estranho que pareça.
Adoro este novo (melhor) eu... Adoro viver de novo fora do isolamento aterrador a que fui submetido... Adoro conhecer estas novas pessoas e trocar as nossas experiências e saber que, no fundo, eu sou um completo desentendido. Parece contraditório. Parece estranho. Parece irónico. Estou a aprender, aos poucos, muito aos poucos... mas vou lá chegando!

Estou a voltar a aprender a andar... ;)

A felicidade está nos pormenores.

Arms, 23.04.06
Andamos tão envolvidos com o nosso dia-a-dia que acabamos por nos esquecer de pequenos pormenores da nossa vida...

Andei nestes últimos tempos, tão envolvido, tão obcecado em arranjar uma possível relação - como se isso fosse tão fácil como estalar os dedos mas, pronto, lá no fundo sou tão ingénuo como uma criança de 3 anos - que acabei por me esquecer de um pequeno pormenor. Um pormenor que me tem dado tanta felicidade e alegria - para além de um sorriso patético de orelha a orelha na minha cara.

Conhecer pessoas novas e pessoas excelentes. Uma coisa tão simples, que quase roça na trivialidade, mas que tem enchido a minha alma de amor, carinho, simpatia e uma infinidade de sentimentos bons e relaxantes.

Se eu pudesse exprimir uma ínfima parte daquilo que sinto neste momento, seria como se fosse uma chuva de bombons e chocolates, cores frescas, sol, pássaros, cães a brincar (ok... LOL! Já estou a divagar!)

OK! Vocês devem estar aí a perguntar para vocês mesmos: mas o que este gajo está a tentar dizer?

Eu explico. Eu sou naturalmente tímido. Não sou tímido quando acabo de conhecer alguém, alguns até dizem que sou um livro aberto, por falo de tudo e não tenho problemas em falar de aspectos pessoais (excepto, é claro, dos mais pessoais!) logo após uma apresentação. Mas, no entanto, não tenho o ímpeto de ir ter com alguém que não conheço e apresentar-me. Não sei porquê, mas não sou capaz... E, nestas últimas semanas, apesar desse obstáculo, tenho conhecido pessoas novas, simpáticas e divertidas. Daí a minha felicidade.

E, com isto tudo, nem vos disse porque é que acho que a felicidade está nos pormenores. Mas também não conto, porque a descoberta desses pormenores alegram-nos na mesma... e longe de mim de roubar a felicidade aos outros.

Abraços

Brasilês!?

Arms, 21.04.06
OK! Hoje, em conversa com uma amiga, descobri que houve uma altura bastante recente em que o povo brasileiro queria que os portugueses mudassem o seu vocabulário para o vocabulário brasileiro, dizendo que o português é arcaico e está ultrapassado, buscando exemplos como a palavra "acto", que tem um "c" silêncioso, perfeitamente dispensável e a palavra "acção" pelas mesmas razões. Vieram com muitas mais palavras...enfim.

Ora! Eu acho isso uma tremenda patetice e uma falta de respeito para mim, como cidadão português. Não tenho nada contra os brasileiros, mas que porra! Mudar a língua? Isso, para mim, é um atentado à minha identidade enquanto português. É uma falta de respeito sugerir, sequer, a hipótese de alterar uma língua milenar (sim, porque actualmente, o português é considerado a língua mais próxima do latim), uma língua lindíssima e incomparável. Não sou contra a evolução da língua, mas mudar radicalmente um língua por capricho!? Porque é apenas por capricho...

E o que diz o nosso adorado governo? "Vamos considerar!"

Vamos considerar!? Mas quem são vocês (políticos) para "considerar" uma hipótese dessas? Não há orgulho? Patriotismo? Querem tornar a língua de Camões numa letra de samba? Ora! Deviam de ter vergonha...

Onde está o orgulho em ser português? Como é que descemos tanto na nossa própria consideração? Um povo que resistiu 600 anos (ok!devo ter exagerado aqui) a invasões romanas e cuja a única forma de sermos conquistados foi através de traíção... Um povo que se lançou no desconhecido do mar e descobriu terras inimagináveis e que definiu os mapas do nosso planeta... Um povo que resistiu a Napoleão com enchadas e forquilhas (e eventuais pás de padeiro)... Um povo que introduziu hábitos noutros países, nomeadamente a Inglaterra, Japão, China, Espanha, França...

Sinto-me terrivelmente revoltado com esta notícia. Pois fiquem a saber que eu sou português e tenho orgulho na história do meu país. E tenho mais orgulho ainda na língua que falo. Querem falar brasileiro? Que vão para o Brasil... ou então, que coloquem um anexo no nosso dicionário, sei lá. Agora, não mutilem a nossa língua. Não mutilem os portugueses...

Estou de saco cheio com estas politiquices... ;P

Ultimato

Arms, 19.04.06
Bem... olha. Estou farto de estar farto da minha vida.

Fico aqui feito otário a lamentar as escolhas que fiz como se o facto de estar a lamentar me vai resolver a vida... Bah! Pronto, chamem-me ingénuo, chamem-me parvo, chamem-me o que quiserem... Já 'tou por tudo...

Vou é aproveitar as desilusões da vida e tentar usá-los como armas... pois, porque nós podemos dar a volta às coisas se metermos na cabeça que conseguimos.

Ok! Tudo bem... não foi desta. Pus-me a depositar esperanças feito sei lá o quê... E, pronto, levei com o balde de água fria, o estalo da realidade. Mas ainda estou vivo e não sou de desistir... Que se fo**! Vou é tratar de me mimar, de pôr esta vida prá frente porque ninguém o faz por mim...
Não deu. Não foi desta. Pronto, ok! Pelo menos ainda o tenho como amigo... e se calhar é melhor, ou pior. Quero lá saber! Vou é começar a pôr os pés no chão... que os sonhos fiquem para quando durmo.

A estalada na cara era mesmo precisa. Vou organizar as minhas ideias, estabelecer metas reais e deixar as fantasias para os meus escritos...

Perdi-me um bocado nos objectivos que estabeleci para esta fase da minha vida e tenho que ver se não descarrilo. E, como diz a avó da Joana: "Há mais marés que marinheiros." As oportunidades surgem para os que lutam por elas...

Se não formos nós a ir à procura de oportunidades (isto a todos os níveis!), não são as oportunidades que vêm à nossa procura.

De nada me serve ficar aqui a lamentar o leite derramado. Não deu... azar! É seguir para a frente com a cabeça erguida e sem medo.

Sem medo de amar, sofrer... sem medo de viver. Porque no fim vale a pena... Quanto maiores os desafios, melhores as recompensas.

Vou viver! ;)

Xau...

Balde de água... gelada!

Arms, 19.04.06
Bem... isto é para eu aprender a não fazer filmes.

Acontece que estive a falar com ele ontem e confessou-me que tinha uma paixoneta por alguém na faculdade dele... (Insere som de vidros a quebrar aqui!) Fiquei sem reacção, não sabia o que fazer, o que dizer...

Mas aconteceu por bem... Isto é para eu não estar a fazer filmes patéticos de relacionamentos que provavelmente não acontecerão. Isto é para eu não estar a colocar esperanças demasiado elevadas... Mas também confesso que me soube bem, todo este período.

Estou triste pelo que aconteceu, mas não estou magoado, ou de rastos. A verdade é que até me sinto bem... O Alex acordou um sentimento que eu achava já há muito tempo morto. E já valeu a pena...

Bem... O gajo que inventou a complicação sentimental devia de ser espancado pela mãe dele. Maldição! A vida já é complicada... para quê complicar mais?

Trapo...

Arms, 17.04.06
Bem. Tenho pena de não ter nada fantástico ou feliz para escrever desta vez, mas que se lixe. O blog é meu, posso escrever o que me apetecer... só lê quem quer!

Sinto-me um trapo!

A úncia coisa que sinto é que tudo me é negado... sorte, sucesso, trabalho, amor e, consequentemente, felicidade.

Andamos sempre à procura de um pingo de felicidade e quando nos apercebeos, estamos tão infelizes que a única coisa que nos resta fazer é lamentar a nossa vida... Ficamos ali, em cima da cama, que descansa num canto do quarto, a chorar e a sofrer - como se isso fosse resolver alguma coisa.

Sinto-me terrivelmente só, mais ainda depois de ter conhecido o Alex. Há um enorme vácuo que vai devorando aos poucos os bocados que definem a minha personalidade e a minha individualidade... e a única coisa que sobra é esta carcaça fria. Eu simplesmente existo, já não vivo, não penso. Fico ali, estagnado naquele sentimento intoxicante, poluíndo a minha essência, o meu ser. Coloco um sorriso, evidentemente falso, quando alguém fala comigo. E quando perguntam se estou bem respondo sempre com um "sim". Um sim tão falso, tão irreal quanto o ser em que me tornei...

A única coisa que sinto é um enorme silêncio. Uma muralha de vazio... uma vala sem fundo e sem hipótese de contornar ou ultrapassar.

Fui atacado pela mais implacável de todos os tipos de solidão: o querer estar com alguém e o não poder. A minha vontade impele-me para agarrar nos poucos trocos que tenho e ir para Lisboa. Mas a realidade é bem mais forte, porque os trocos nem chegam para ir ter a meio caminho.

Ao mesmo tempo, sou atacado pela minha própria insegurança e pelo meu próprio medo. Algo que pensava ter dominado e superado, mas ei-lo de volta. Sou invadido por pensamentos como "será que tem interesse em mim?"; ou "será que estou a fantasiar demasiado?"; ou, então, o meu tão típico, "o que é que viu em mim, se eu pouco ou nada tenho para dar?" Medos que são, provavelmente infundados, mas que me assombram até ao mais recôndito da minha alma.

E fico ali, naquele quarto vazio e frio achando que a minha vida é uma merda e a lamentar a minha má sorte, como se isso servisse de consolo... como se isso fosse resolver alguma coisa.

Quando, bem lá no fundo, acho que estou simplesmente apaixonado!

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