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reflectmyself

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Quatro da manhã

Arms, 27.06.06
Quatro e meia da manhã e não consigo dormir. Não sei o que se passa comigo. Talvez saiba mas não o quero admitir. Fico aqui, no meu quarto, deitado, olhando para o tecto rachado, esperando que o tempo pingue até se esgotar... como se isso me fosse consolar. Recolho pensamentos e memórias de tempos que nunca mais voltarão. Tempos em que ainda sorria e amava. Foste embora e deixaste este corpo abandonado aqui, nesta mesma cama. Quanto tempo passou? O tempo foi-se tornando numa mancha, num sinal do meu corpo, uma cicatriz. Uma cicatriz que cai e corta a minha face. Tenho saudades tuas... e talvez pareça ridículo, sinto saudades de quando brigavas comigo.

Olho o tecto. E sinto o frio constante do teu lado da cama. Sinto o gelo a abraçar-me, apertando onde me apertavas quando querias que eu me sentisse seguro. Odeio-te por te teres ido embora! Odeio-te por me teres roubado a segurança! Odeio-te por teres entrado em mim e teres saído! Sinto o frio a entrar no meu corpo, apoderando-se de mim.

Cada vez que olho para a porta imagino que entras a qualquer momento. Ora com um sorriso na cara e a toalha à cintura, como todas as manhãs, ora com aquele olhar tímido depois de um dia complicado. A cada segundo, fico à espera que voltes... que me beijes de novo. Que eu volte a sentir os teus lábios junto aos meus. Mas em vão! Não voltarás.

E eu fiquei aqui, nesta cama vazia...

(Este é o início de um livro que estou a escrever... Comecei hoje!^^)