Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

reflectmyself

reflectmyself

Estas pitas...

Arms, 06.12.08
Saio do trabalho e preparo-me para dirigir a casa, via penantes e metro. Tudo muito bem. Abro a porta do centro comercial e uma pita metida em tia - daquelas que andam com o braço direito dobrado para a frente com se a tivesse partida, segurando o telemóvel com o menos número de dedos possível, de mala ao ombro, mala esta que parece um cruzamento estranho de um saco-cama enrolado e um saco de compras, e com o seu cabelo liso, passado a ferro a dar e dar ao vento.
- Ai tão qriduuu! Ôbrigádá pur ter-me seguráádu a pôrtá! - diz-me a dita peça ao entrar no centro comercial.

Só me apetecia responder: Não lhe segurei a porta, miúda. Abri a porta para eu passar até ao momento em que enfiaste esse traseiro esquelético à minha frente. Quanto mais fechava a porta no exacto momento em que passasse por ela. Tsá, qridááá!! (imaginem eu a baloiçar a cabeça como as pretas americanas enquanto digo esta frase e ficam com a imagem que eu pensei na altura. E imaginem eu a dar uma cabeçada de lado, como fazem as gajas quando querem rematar a conversa com uma tirada qualquer, quando digo o "Tsá, queridááá!!")

Paro um bocado, antes de me aventurar pela chuva a fumar um cigarro e apreciando o silêncio, quando sou incomodado por outra pita de cabelo passado a ferro. E ela mete conversa comigo como se me conhecesse de ontem à noite. E porque
- eu acho que estou preparada para conhecer pessoas novas e vi-te aqui no canto sozinho, todo giro e tal e porque - mas o que é que esta gaja quer comigo? Hã!? O que é que ela tem ali nos dentes? Um folha de salsa? Há quanto tempo estará ali? - andei até aqui a pé à chuva com as minhas amigas que estão ali ao fundo e vi-te aqui. Tu és giro! Gosto de rapazes mais velhos e sou muito divertida e como está a chover - Pois. Não tinha reparado... - és um bocado tímido não és? Ainda não disseste nada - Nem preciso. Já falas por toda a gente aqui. - e, como te estava a dizer, porque acho que não ouviste - Ah! Finalmente reparaste que estou de auscultadores no ouvido... - e sou coisa e tal e blablablablablabla...
Curiosamente estava a adorar fazer aquela cena de gajo distante e tal. E vai que ela me pergunta a minha idade. Digo-lhe 28. - Ah! A sério? Não pareces nada. Pareces para aí uns 24. Meu Deus. Como é que fazes? Adorava ser assim, parecer mais nova quando for mais velha. Porque agora todos dão-me mais idade que tenho. Não sei se é pela minha maturidade e inteligência - Não é. - ou se pela minha aparência mais mulher - Também não. - ou se é pelo meu ar mais maduro - Bingo! Essas rugas das borgas não falham... - que...
E digo, para despachar:
- Olha desculpa! Mas tenho que ir andando. Não é que a conversa não tenha sido interessante, mas o meu jantar não se faz sozinho. - Ao que ela responde:
- Ah moras sozinho! Acho isso brutal - ela disse brutal? - Podes levar-me até lá um dia talvez. - Quê?
Ao que respondo calmamente:
- Até que posso. Mas acho que o meu namorado iria achar isso muito estranho. Tchau. - e vou-me embora. E ela ficou ali com aquela cara de quê!?

(Claro que as situações acima são ficionais... quer dizer, parte verdade, parte ficional... o meu cérebro hoje fez imensas viagens...)

A verdade é que a pita que meteu conversa comigo enquanto eu fumava falava de facto mais que muito e é verdade que não lhe liguei pêva (as falas dela, no texto acima, é ficional porque nem sei o que ela disse, mas era algo do género...) e só lhe disse "desculpa mas tenho compromissos e estou em cima da hora". Ao que ela responde:
- Mas olha, não vás à chuva. Ela hoje está molhada!

Say what?! Mas esta gaja droga-se?

1 comentário

Comentar:

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.