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reflectmyself

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Futilidades

Arms, 27.11.09

 Às vezes sabe bem ter uma conversa absolutamente fútil, limitada à superficialidade do que o nosso mercado tem para oferecer. Claro está que eu refiro-me a estar com um amigo na conversa e andar de olho nas paisagens que passam na rua. E, quando falo de paisagens, falo de pessoas. Mas não é da futilidade da conversa que tive que venho para aqui falar. Até porque não foi a conversa que teve mais interesse, foi a conclusão.

 

Ao passar um rapaz, nitidamente gay (e nitidamente comprometido), o meu amigo vira-se e diz: 

 

- Vês! Não percebo. Aquele rapaz é feio e está comprometido.

Eu, como é mais do que óbvio, nem me tinha apercebido de nada. Despistado como só eu consigo, perguntei-lhe:

- Como é que sabes que está comprometido?

- Não me digas que nem reparaste na aliança... Passou-te mesmo à frente.

Um àparte. Nós estávamos sentados na rua, nuns degraus, de forma que os nossos olhos estavam pela linha da cintura de muita gente. Ora, uma pessoa a andar tem a mão mais ou menos a meio da sua anca, ou seja, exactamente a meio do meu campo de visão. E continua ele:

- Não percebo! Aquele rapaz não deve nada à beleza e, no entanto, tem alguém. E tu, que até que és giro, nunca encontras alguém.

Ao que respondo:

- Sabes como é. Uns nascem com o cu virado para a Lua. Eu, quando nasci, devo ter nascido a fazer um pirete (apontar o dedo médio) à Lua e ter gritado "Fuck you, bitch!"

- Então e eu que já tive alguns namorados e nunca acertei? O que terei dito?

- Provavelmente algo do género de "Fuck you bitch and let the bitches fuck me!"

 

Enfim... Nada como conversas com asneiras e risos e superficialidades para alegrar o dia.

Quer que ponha

Arms, 26.10.09

 - Quer que ponha?

 - Já agora...

...

- Está com dificuldades?

- Uma bocado. Só preciso de alargar um pouco a ponta.

- É?

- Sim, para deslizar melhor.

- Ah, ok.

- Pronto, já consegui pôr.

- Ah. Obrigado!

 

(Ah... As conversas que se tem com clientes enquanto faço encadernações com baguetes. O problema é que é complicado não me sentir um bocado slutty depois.)

 

(Note-se que só agora, horas depois, é que me apercebi que uma baguete não tem ponta. Tem borda. Mas, como dizia a Teresa Guilherme, isso não interessa nada!)