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reflectmyself

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As primeiras manhãs frias

Arms, 19.10.10

Aconchegado debaixo dos cobertores. Quente, confortável. Acordei a sentir um choque de frio sobre a minha cara e encolhi-me para me aquecer. Adormeci no conforto do calor da cama... Quando tive que me levantar senti aquele frio atingir-me o corpo e pus-me aos saltinhos pelo quarto à procura das minhas pantufas (que não consegui encontrar). Eram oito da manhã e fui fazer um café quente. Saltinhos pela casa até ao quarto para buscar um robe (não o consegui encontrar). Calcei umas meias quentes. Fui beber café e pus-me a rir comigo mesmo por ter-me imaginado a andar aos saltinhos pela casa.

 

Ah... Nada como as primeiras manhãs frias de Outono/Inverno para um pouco de entretenimento.

The day after...

Arms, 25.09.10

OK. Está provado que odeio determinantemente discotecas, por muito boa música que tenham e por muito pouco ar de engate que transmitam. It's not my style! Levaram-me ontem para uma discoteca (acho que se chamava Musicbox ou algo assim) que tocava música anos 70/80 lembrando as aberturas das séries da época e algo parecido com Isaac Hayes e Shaft. E pensei que, já que gosto do estilo e gosto de Isaac Hayes, vamos lá tentar... Mas não. Há coisas que não consigo gostar e discotecas é uma delas. Bebi, dancei, fumei uns cigarros (eu não fumo charros nem me despertam qualquer tipo de curiosidade) e ainda ganhei um shot por ser os meus anos. Mas... pá... nada de feeling nem atitude. alguns dos meus amigos lamentam ouvir que discotecas não são a minha noção de diversão. Dizem que sou demasiado zen para isso - às vezes no gozo - e eu simplesmente encolho os ombros e digo "não gosto".

 

Ontem foi um dia em cheio. No Jardim Zoológico um papagaio empoleirou-se no meu ombro e o tratador ficou a olhar para mim admirado. Diz-me o homem (giro, by the way) que o papagaio nunca fez aquilo e pede-me desculpa se ele me assustou. Eu estava de costas para o papagaio, na zona das bilheteiras, enquanto eles nos colocam aquele líquido na mão para, se sairmos, podermos voltar. É claro que nem estava a ligar ao tratador, eu estava todo animado com o papagaio e a falar com ele. A minha mãe só me dizia "Eu acho incrível como todos os animais vêm ter contigo". E eu, feliz da vida com o papagaio a falar - e ele a responder. Foi divertido.

 

Adorei a noite do meu aniversário. Poucos amigos e um bar calmo onde pudemos falar. Conversas existenciais e trivialidades. Vira-se um amigo dizendo que continua sem conseguir acreditar que ainda estou sozinho. Que, se fosse ele, que já teria encontrado alguém. Respondi-lhe que eu não quero 'alguém'. É por isso que não tenho 'alguém'. Que, apesar de não conseguir conceber a minha vida sem um parceiro ao meu lado, também não consigo conceber a minha vida saltando de relação insignificante a relação insignificante até encontrar um significante. E ele diz-me que o facto de se ser solteiro permite essas liberdades, que assim ando a desperdiçar tempo. Disse-lhe que não. Existem pessoas que são solteiras por natureza, não se imaginam numa relação duradoura com a mesma pessoa. Eu sou solteiro por circunstância - nunca na minha vida me imaginei sem um parceiro. É assim que quero passar o resto da minha vida: numa relação com a mesma pessoa. Crescer ao lado de quem amo. É essa a minha natureza. E não consigo saltar de solteiro em solteiro porque acredito que não é assim que melhor me sinto. E o meu amigo confessa-me que às vezes tem pena por eu não ter alguém, que merecia ter alguém. E eu disse-lhe que terei. Apenas não agora.

 

Conheci pessoas novas. Diverti-me. Tive um pouco de tudo: zen, lounge, 80's, 70's, dança, bebida, calor e frio. Foi um dia bem passado.

 

Hoje é mais um dia em cheio porque a minha melhor amiga faz anos! Parabéns C.

Aproxima-se a passos largos...

Arms, 22.09.10

As aproximações de certas datas fazem-nos sempre avaliar sobre certos aspectos das nossas vidas, conquistas e perdas e sentimentos gerais, e este fim de ano para mim não é diferente. Enquanto o dia se aproxima a passos largos e me preparo para entrar para o grande three-o, não consigo evitar de pensar nas coisas que consegui, nas coisas que perdi, nos meus objectivos e realizações. Consegui poucas coisas tangíveis este ano, até porque não foram as que mais significavam para mim. Mas consegui algo que nunca pensei conseguir antes.

 

Continuo à espera que me apareça alguém na vida que me ame. Mas, ao mesmo tempo, o sentimento em si já não é tão forte como sentia há uns tempos. Sinto-me preparado e tenho fé, mas já não sinto a ansiedade e angústia.

 

Não tenho a minha casa mas tenho um lar, partilhado com pessoas que posso considerar minhas amigas.

 

Não voltei ao meu curso, mas gosto do que faço e faço algo que se assemelha àquilo que pretendia fazer.

 

Perdi algumas pessoas que considerava amigas. Uns por motivos banais como o dia-a-dia, outros por motivos mais fortes como rompimentos conscientes de amizade.

 

Criei novas amizades sempre com a fé e esperança de que se mantenham e durem o tempo que precisam de durar.

 

Ganhei de volta o peso que tinha perdido há uns anos quando fiquei sem casa e passei fome. Estou, neste momento, no meu peso ideal e com saúde.

 

Mas não são estas conquistas e perdas que mais me encheram por dentro. Porque a grande mudança não foi exterior mas interior. Auto-estima, auto-confiança, segurança, liberdade de espírito, sensação de esperança. São algumas das mudanças essenciais que consegui em mim. E que são mais importantes para mim neste momento. Sinto-me mais confiante, mais livre, mais expressivo... muito mais do que pensava que alguma vez seria. Sinto-me vivo. E, quando me olho ao espelho, gosto do reflexo que vejo. Porque, pela primeira vez na vida, dou valor a quem sou, admitindo a minha imperfeição e aspirando ser mais e melhor a cada dia que passo. Tenho muito que aprender. Tenho muitas quedas a dar. Mas, pela primeira vez na vida, o futuro não me parece um caminho nublado e incerto mas um caminho claro e preciso.

 

E, pela primeira vez numa década, os meus passos são confiantes, precisos e seguros... com a humildade e abertura de um jovem adulto. Mas sempre, sempre com a curiosidade e ânimo de uma criança. Sem preconceitos perante as minhas limitações e inseguranças. Sem vergonha dos meus erros e defeitos. Assumindo-me com a frontalidade e honestidade com que sempre pensei que deveria ter.

 

E que o ano que deixo para trás seja significado das lutas que travei para chegar onde cheguei. E que o ano que se apresenta à minha frente seja significado de novas conquistas e perdas, vitórias e derrotas, burrices e espertezas, sempre com a humildade, honestidade e abertura com que sempre quis ter em mim. Sendo eu mesmo. Em mim. Para mim.

 

Que os meus 30 anos sejam um marco de transformação e inovação. Com a integridade com que sempre me mantive para comigo mesmo. Despido e sem preconceitos. Eu próprio. Sendo 30 mas continuando a sentir-me como se tivesse 25.

 

Suspiro profundo

 

E é já na Sexta! Como o tempo passa depressa.

Silent bliss

Arms, 10.09.10

Acordas sem usar o despertador.

Levantas-te da cama e vais tomar um duche.

Faltam-te ainda 4 horas para ires trabalhar.

Metes a roupa a lavar e tomas o pequeno-almoço.

Fazes a cama.

Pões música a tocar.

Vais à janela e vês o céu azul.

De repente começa a tocar Belle and Sebastian.

Não te importa a letra da música. O que importa é o ritmo.

Começas a sentir uma sensação de leveza, como se todos os problemas se varressem.

Há uma sensação de liberdade, de esperança... uma felicidade tímida. E sorris.

Como se tudo estivesse perfeito e reparas que algo em ti mudou... que algo começa a espreitar.

 

E é uma daquelas manhãs. Daquelas manhãs que não te importa o mundo.

É uma daquelas manhãs em que a beleza e a simplicidade se unem.

 

Uma daquelas manhãs de felicidade silenciosa. ;-)

Regresso a casa

Arms, 29.08.10

Digamos que o meu regresso foi interessante...

 

Entrada no metro.
Arms desce as escadas a ouvir música. 
Rapaz giro sobe e sorri e diz algo que Arms percebe como "Dás-me um beijo?". 
Arms olha desconfiado.
Rapaz giro faz sinal para tirar headphones. 
Arms tira e rapaz giro pergunta: "Emprestas-me um isqueiro?". 
Arms sorri atrapalhado e empresta isqueiro e descai-se dizendo: "Desculpa, percebi outra coisa." 
Rapaz giro pergunta o quê. 
Arms responde com cena do beijo. 
Rapaz giro responde, depois de dar um passo para trás: "Olha que, se eu fosse gay, até te perguntava isso..." 
Arms cora e desce escadas atrapalhado. 
Rapaz giro diz "Xau. Vemo-nos por aí!" 
Arms pensa "Oh sim, por favor!" E sorri o resto do caminho.

 

Estas coisas só comigo...

A penantes!

Arms, 14.08.10

Ontem, em conversa com um cliente, que veio digitalizar os seus documentos do automóvel, apercebi-me do quão sortudo sou por nunca ter tido interesse em ter carro (ou carta, para todos os efeitos). Existem desvantagens em não ter carro: estar dependente de transportes públicos, nunca poder ir para onde quero, quando quero, etc. Mas, tendo em conta as desvantagens em tê-lo (ter que pagar seguro, gasolina, poluir o ambiente, ficar gradualmente com o corpo abaixo de forma, etc.), acho que estou melhor indo e vindo dos sítios para onde quero ir a penantes. Afinal, para mim, as vantagens superam as desvantagens. Vantagens tais como:

 

- Fica-se com umas boas pernas, bem torneadas.

- Posso facilmente mudar de velocidade, direcção, travar, inverter a marcha, inverter a direcção, parar onde quero, etc.

- Não gasto dinheiro em gasolina.

- Se quiser ir para longe posso ir de autocarro, comboio, avião ou barco. Com a vantagem de poder apreciar paisagens diferentes em Portugal.

- Não ter carro obriga-me a viajar leve nas férias, o que me obriga a ter o hábito de não comprar tudo e mais alguma coisa em termos de lembranças porque depois não teria como carregar com tudo. Para que se tenha noção, poupei quase 100€ nas minhas últimas férias por causa desta limitação de transporte. Esses quase 100€ ajudaram na compra deste portátil de onde escrevo este post.

- O coração leva um treino contínuo, reduzindo a possibilidade de ataques cardíacos porque tenho a certeza que ando mais do que 8kms por dia.

- Queima-se imensas calorias e reduz-se no colestrol.

- Posso seguir ao meu ritmo e não ter que aturar sinais de trânsito nem engarrafamentos.

 

Mas a melhor de todas é:

 

- Se eu vir um giraço na rua, posso parar à vontade sem ter que me preocupar em causar acidentes...

Os problemas de ser solteiro...

Arms, 12.08.10

...e ter trinta anos. Ainda não mas, como falta pouco mais que um mês, consideremos a premissa.

 

Problema número 1 - Os preconceitos e os estereótipos.

 

"Ser solteiro aos trinta não é normal. Ou o gajo tem algum problema com compromissos ou tem algum problema a nível emocional ou sexual." É a primeira coisa que as pessoas pensam quando sabem a minha idade e descobrem que sou solteiro. Muita gente acha que, quem é solteiro aos trinta, tem algum problema qualquer. Well, por acaso é verdade. O problema reside no facto das pessoas acharem estas coisas sobre os solteirões. E em mais nada... Bem, pelo menos para mim.

 

Problema número 2 - Preconceito número dois!


"Os solteiros trintões são gays!"

Bom, isso foi antes do casamento gay ser aprovado. Agora simplesmente são solteiros. E mais não digo até porque, well... True, true!

 

Problema número 3 - As pessoas que insistem em achar que precisamos de incentivo.


Há gente que acha que ser solteiro é o mesmo que ter uma doença ou estar com uma depressão e que, tudo o que precisamos para melhorar, é uma espécie de incentivo. Ou então uma leitura d'O Segredo ou uma reza, um encorajamento, sei lá. Vêm com conversas como "um dia arranjas alguém" ou "sabes que há sempre alguém lá fora à tua espera" ou o típico "o que não falta são peixes no mar", como se isso fosse, de alguma forma mágica, fazer com que um solteiro se sinta menos solteiro por uns instantes. Eu compreendo que as intenções são boas e que a ideia é oferecer algum tipo de levantamento de moral e de ânimo, mas, sempre que me dizem este tipo de coisas, soa-me sempre a alguém a declamar algum tipo de sentença do género "dois anos de prisão em alta-segurança, sem visitas, saídas para ar fresco, com escassas probabilidades de reinserção social". E sei que todos os meus amigos querem que eu esteja bem quando me dizem isso mas, para mim, o problema está na diferença entre ouvir estas frases um vez e ouvir estas frases uma vez por cada amigo a cada mês que passa. Tenho momentos em baixo, como todos, em que preferia uma companhia. Tenho momentos altos em que ser solteiro é bestial. Simples. E depois há aqueles amigos prestáveis que dizem sempre "sabes, tenho um amigo que acho que irias gostar. faz mesmo o teu género." e aqueles amigos descarados que dizem sempre "vem comigo que arranjamos já um fulano para ti. Um que te rebente todo." E depois admiram-se de eu raramente os ligar...

 

Problema número 4 - As mães, tias, irmãs, primas, avós, madrinhas, sobrinhas e as suas perguntas.


Bem, eu deveria de reformular o título porque a minha mãe já aprendeu há muito tempo que perguntar-me coisas não adianta. Mas é mais pela ideia do que pelo facto.

 

Um dos grandes problemas de ser solteiro é a típica pergunta que todos os elementos femininos da família fazem em todos os eventos familiares a toda a hora se possível. E todos vocês sabem perfeitamente que pergunta é... "Então, e já tens namorada?" E, para além desta pergunta, existem todas as variantes: "Então, e para quando um casamento?"; "Então, já existe passarinho amarelo na costa?"; "Quando é que arranjas uma namorada?". E, sim, porque ainda há mais, ainda há os variados comentários animadores: "Olha, já está na altura de te casares.", "Devias de arranjar uma namorada. Olha que não caminhas para novo.", "O que te faz falta é uma mulher ao teu lado."

 

O que se faz? Reparem que todos os solteiros agem da mesma forma: desconversa. Seja por responder algo como "a seu tempo" ou simplesmente virar as costas, todos os solteiros evitam perder tempo com respostas longas e elaboradas.

 

Problema número 5 - As conversas de chacha nos bares.

 

Bom. Eu raramente saio e raramente meto os pés em bares. Muito menos bares gays. (E sim. Eu sei que reduz a probabilidade de encontrar alguém mas acredito que, se eu tiver que encontrar alguém com quem me identifique, não será em bares de certeza) Mas, quando vou, não há nada mais chato que as conversas de chacha dos outros. Não consigo achar interessante. Vêm com o "eu chamo-me tal e reparei em ti e tal, achei-te interessante" e depois rematam com o genial "posso conhecer-te?". Tudo bem, alinho durante uns segundos. Epá. Mas depois vêm com conversa da treta. Só apetece responder "espera aí um minuto que vou ali enforcar-me um bocado, ok?". Ninguém tem conversa. São todos aborrecidos. Sinceramente. Já não existem pessoas que tenham cultura? E não falo de moda, tecnologia, actualidades ou os "Morangos com Açúcar" ou o "Achas que Sabes Dançar?". Falo de cultura: filmes, pintura, teatro, música (de jeito), etc. E opiniões. Ui, até me torço todo. Ainda não conheci ninguém que tivesse uma opinião acerca de algum assunto importante. E, por importante, não falo de moda, tecnologia, Morangos, Brittany Spears ou Madonna (com todo o respeito pela senhora). Falo de assuntos menos superficiais. Coisas que demonstram mais profundidade.

 

Enfim, pequenas coisas que fui reparando.

Renovação

Arms, 06.04.10

Eu sei que não tenho vindo postar no meu blog que, coitado, tem ficado às moscas de forma gradual. A verdade é que a minha motivação, à uns tempos, em manter o blog tem sido muito perto de nulo. Para dizer a verdade - confesso - não tenho sequer a certeza se as motivações em revitalizar o blog são boas. Apenas que, neste momento, é algo que acho necessário. Uma espécie de necessidade de escrever para que o sentimento que tenho sentido desde a Páscoa seja verdadeira. Como se o sentimento em si precisa de justificação ou afirmação. Como se, escrevendo, eu estivesse a confirmar para mim mesmo que o que estou a sentir e aquilo que estou a viver é realmente verdadeiro. Mas já estou a divagar... como sempre.

 

Estes últimos meses têm sido uma valente prova para mim. Como diz a C., "se alguns têm muros para ultrapassar na vida, tu tens muralhas!" A situação na minha casa e, consequentemente, com o meu colega de apartamento complicou-se ao ponto de eu ter mudado de casa. Por motivos que ainda desconheço e, sinceramente, por motivos que realmente não me despertam curiosidade, o meu colega deixou de falar comigo. Pura e simplesmente. Também consequentemente, os amigos que eu tinha em comum com ele (salvo algumas excepções) deixaram também de falar comigo. Durante este tempo tenho-me sentido sozinho e, como já é da praxe quando me sinto sozinho, isolei-me ainda mais. Quem disse que "as coisas pioram antes de melhorarem" não estava a brincar porque a situação realmente piorou ao ponto de eu ser forçado a sair. O porquê e o como são irrelevantes agora.

 

E eis que chegamos à situação com que me deparei pouco antes da Páscoa. A ver quartos. A maioria com o tamanho da minha cama, o que é tão ridículo que só dá para rir. É que nem se consegue ter qualquer outro tipo de reacção... Seja como for, depois de uma vintena de visitas nada satisfatórias, lá encontrei um quarto bem localizado e a muito bom preço. "Há males que vêm por bem", como se costuma dizer.

 

Passei o Domingo de Páscoa a mudar de casa. Terminei o dia exausto - até porque ainda fui trabalhar da parte da tarde - mas com uma sensação de liberdade e renovação que me permitiu dormir descansadamente pela primeira vez em quinze dias. Foi um bom dia para mudar. Cristo ressuscitou e, tal como ele, eu ressuscitei. Renasci. O dia de Páscoa é um bom dia para renascer, renovar e revitalizar. Um bom dia para começar um novo ciclo. Tão bom que os meus amigos já me dizem que estou com um óptimo aspecto. Que parece que o Sol nasceu dentro de mim. A verdade é que nasceu mesmo e, pela forma que me sinto, deverá ficar a brilhar durante bastante tempo. A C. tem razão: a liberdade não tem preço e eu estava numa casa e numa situação que me prendia. E, como diz o R., já devia de ter acontecido à muito tempo.

 

Decidi mudar tudo. Casa, roupas (claro que aos poucos!), lençóis e cobertores... Deitar tudo que me lembra estes últimos meses fora. Esquecer pessoas para dar espaço para novas pessoas e voltar a sorrir.

 

Até o tempo parece concordar comigo porque, desde que mudei, o Sol tem brilhado mais. Ou talvez seja o Sol renascido em mim. Mas não serei assim tão egocentrista. Quer dizer, serei. Pelo menos nisto. Tenho direito. Dei demasiado de mim exigindo (e recebendo) tão pouco que tenho direito a ser egocêntrico pelo menos uma vez na vida. A partir de agora, quero alguém que me mereça. Alguém que lute por mim. Porque todos estes meses vieram apenas provar uma coisa: tenho muito mais valor do que muitos pensam. E exijo que esse valor seja reconhecido! Claro que não sou intransigente ao ponto de negar-me oportunidades. Sejamos realistas!

 

Venha daí o Sol, a renovação e o renascimento que, pelo menos, há vontade e força para lutar em ser feliz, bolas!