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reflectmyself

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Supernova

Arms, 16.07.07
Acordei mais uma vez para mais um dia de trabalho. Há dias que me tenho sentido oco, como o meu coração. Algo parecido com um jarro de porcelana que tinha sido quebrada e cujas peças juntei, mas as linhas da quebra continuam a apresentar-se. Almocei às dez e meia porque entrava para o trabalho ao meio-dia. Almocei com algum esforço porque não estou habituado a comer a essa hora. O sono começa a apertar. Vou trabalhar.

O trabalho corre normalmente, com menos movimento que a o habitual. Mas o suficiente para não dar-me em doido. A minha perna continua a doer-me, mas não ligo muito a isso porque não é uma dor irritante.

Mas, a meio da tarde começo a sentir um vazio no peito diferente do vazio que sentia. Aos poucos esse vazio começa a expandir e a ocupar a minha caixa torácica toda. E, no meio desse vazio sinto uma energia estranha, uma espécie de sensação que algo está a germinar. Como se o sentimento estivesse a esgravatar no meu coração com as unhas, como se estivesse a retirar a crosta de uma ferida. E, no fim do trabalho, essa energia explode e transborda por todo o meu ser... E essa energia traz-me bem-estar, uma espécie de calor ameno, aconchegante.

E nesse momento soube que superei tudo o que tinha para superar. Estou preparado para seguir em frente. E deixei de pensar totalmente nas coisas que não me fazem falta. E atrevo a dizer que me sinto muito bem...

Casino de Lisboa

Arms, 16.07.07
Sábado. Cerca da 1 da manhã e sem nada para fazer. A noite apresentava-se como uma potencial noite secante que se iria arrastar até às quinhentas. Ele recebe uma mensagem de convite para sair. Aceita. Calça os seus ténis [porque em Lisboa diz-se ténis... eu estou habituado à expressão sapatilhas. (o que me faz lembrar que um dia irei escrever um post sobre os diferentes termos e nomes das coisas em Portugal... Mas isso agora não interessa nada)] com algum esforço porque ele deu um jeito à perna esquerda e veste um casaco. Sai. Espera uns minutos e chega o carro dele. Ele entra. As conversas continuam a ser semi formais, simpáticos, o suficiente para (quase) esquecer que o dia de trabalho. Decidem dar um pulo na Festa da Diversidade, na Praça do Comércio. A caminho dispara um flash. Ficam confusos porque não sabem se é radar e, se for, se é do carro dele ou do taxista que seguia ao lado. Chegam mesmo no fim da festa. Ainda está animada mas já se nota que está a terminar. Há tantas garrafas de cerveja no chão que, todas juntas, fariam um tapete que cobriria qualquer sala média. Decidem ir para o Casino de Lisboa, uma vez que um deles desconhecia o local. Foram. Chegaram, viram a exposição de caricaturas e sentaram-se no Arena Lounge. Depois dos pedidos ele sente algo estranho, como se alguém estivesse a abanar a perna no chão, estremecendo com tudo. Comenta o facto. E eis que ele responde que é porque o chão vai rodando... E, não é que roda mesmo!? E pensa o que nunca lá esteve que aquilo é fashion e chique... Conversa após conversa, o dia acabou por ser esquecido, a dor na perna passou e ele deitou-se calmo e sereno.

Foi uma noite muito bem passada!