Eu sei. Eu sei. Não tenho vindo aqui actualizar o meu blog. Adoraria poder dizer que é por andar com falta de tempo por ter uma vida privada e social ocupada e preenchida mas a verdade é que consegue-se obter mais animação vendo a erva crescer. Claro que ando a exagerar... Eu não seria eu sem os meus habituais exageros e distorções com (alguma) piada. A verdade verdadeira é que o meu pc pifou. Ou melhor, a placa gráfica do pc pifou. E eu, como, neste momento, não tenho posses para poder comprar uma placa gráfica nova, aproveito para estar desligado e, quem sabe, viver a vida sempre mais um bocadinho.
Algumas coisas mudaram, outras mudarão brevemente (espero). Devo admitir que, nestes tempos, tenho vindo a aperceber-me de algumas realidades à minha volta que estiveram, de alguma forma, como que adormecidas. Saindo com alguns amigos, conversando, apercebi-me que não consigo identificar-me com eles. O que me fez questionar os motivos que me levam a mantê-los como amigos. Aconteceu-me recentemente com um grupo de amigos. No fim, enquanto voltava para casa, ouvindo Sigur Rós num dia cinzento - o que ajuda a aumentar o nosso estado de espírito melancólico - pensei "porque raio ando a desperdiçar o meu tempo com estas pessoas se elas não me dizem nada?" Neste caso 'desperdiçar' no sentido literal uma vez que só se lembram que eu existo quando precisam de algo e nunca se lembram que existo quando eu necessito - o que é algo que realmente nunca consegui perceber. Não consigo estar com uma pessoa apenas quando me faz falta. Ou estou, ou não estou.
Estou finalmente a fazer o tratamento aos meus dentes, que estão óptimos e maravilhosos agora e que dão um empurrão necessário à minha auto-estima. Era algo que nunca pude fazer antes e, agora que tenho posses e estabilidade para isso, tem sido algo que me tem feito bem. quer dizer, excepto à carteira que farta-se de queixar de falta de peso.
E por falar em peso, devo dizer que neste momento consegui engordar o peso que me faltava e estou com 58 belíssimos e bem distribuidos quilos. Falta-me 2 quilos para atingir o meu objectivo e provavelmente alguns meses depois para poder voltar finalmente à natação.
Aparentemente estou óptimo de saúde e tenho o coração saudável ao ponto do médico dizer-me que tenho um coração de um atleta e que devo continuar com o desporto que tenho feito. O mais engraçado é que não pratico desporto. A única coisa que faço é ir a pé para todo o lado. Raramente uso transportes. "Continue assim" diz-me o médico. E eu continuo...
Continuo solteiro e às vezes a solidão teima em causar feridas. Mas a verdade - confesso - é que, olhando para as relações falhadas que tive até agora (excepto mesmo muito raras excepções), prefiro estar como estou do que aventurar-me em idiotices baseadas simplesmente na minha necessidade de carinho e conforto emocional. Se é que precise porque tenho-me sentido cada vez mais seguro e forte emocionalmente. Daquilo que me apercebo é que cheguei a um ponto em que ache que estou preparado, na totalidade do sentido da palavra, para ter uma relação séria. Que a minha maturidade está num nível que me deixa qualificado para fazer esse passo e que o único impedimento é a ausência de alguém que me disperte. Nunca fui uma pessoa libelinha (Pessoa que salta de relação em relação como as libélulas fazem com os nenúfares) nem nunca pretendi ser daquelas engatatonas em adulto. Nada contra essas pessoas. Simplesmente não faz parte da minha personalidade.
Tudo isto para quê? Para que saibam que continuo vivo e bem de saúde, apreciando a vida, saboreando-a e para dizer que não irei actualizar o blog nos próximos tempos. Mereço uma pausa. Tenciono fazer esta pausa. Tenciono afastar-me do mundo virtual por um pouco. Tenciono afastar-me de quase tudo, para todos os efeitos... Até porque, aquilo que quero neste momento, é apreciar a minha companhia...
E, termino com a seguinte questão: Serei só eu ou este Natal tem assim um ar a comédia-romântica? É que é só casais e famílias e sorrisos e namorados e comprinhas e eu ali no meio, a andar feito tótó, sozinho, sentindo-me cada vez mais como uma personagem qualquer da Meg Ryan... excepto o facto de não ser mulher.