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reflectmyself

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Renovação

Arms, 06.04.10

Eu sei que não tenho vindo postar no meu blog que, coitado, tem ficado às moscas de forma gradual. A verdade é que a minha motivação, à uns tempos, em manter o blog tem sido muito perto de nulo. Para dizer a verdade - confesso - não tenho sequer a certeza se as motivações em revitalizar o blog são boas. Apenas que, neste momento, é algo que acho necessário. Uma espécie de necessidade de escrever para que o sentimento que tenho sentido desde a Páscoa seja verdadeira. Como se o sentimento em si precisa de justificação ou afirmação. Como se, escrevendo, eu estivesse a confirmar para mim mesmo que o que estou a sentir e aquilo que estou a viver é realmente verdadeiro. Mas já estou a divagar... como sempre.

 

Estes últimos meses têm sido uma valente prova para mim. Como diz a C., "se alguns têm muros para ultrapassar na vida, tu tens muralhas!" A situação na minha casa e, consequentemente, com o meu colega de apartamento complicou-se ao ponto de eu ter mudado de casa. Por motivos que ainda desconheço e, sinceramente, por motivos que realmente não me despertam curiosidade, o meu colega deixou de falar comigo. Pura e simplesmente. Também consequentemente, os amigos que eu tinha em comum com ele (salvo algumas excepções) deixaram também de falar comigo. Durante este tempo tenho-me sentido sozinho e, como já é da praxe quando me sinto sozinho, isolei-me ainda mais. Quem disse que "as coisas pioram antes de melhorarem" não estava a brincar porque a situação realmente piorou ao ponto de eu ser forçado a sair. O porquê e o como são irrelevantes agora.

 

E eis que chegamos à situação com que me deparei pouco antes da Páscoa. A ver quartos. A maioria com o tamanho da minha cama, o que é tão ridículo que só dá para rir. É que nem se consegue ter qualquer outro tipo de reacção... Seja como for, depois de uma vintena de visitas nada satisfatórias, lá encontrei um quarto bem localizado e a muito bom preço. "Há males que vêm por bem", como se costuma dizer.

 

Passei o Domingo de Páscoa a mudar de casa. Terminei o dia exausto - até porque ainda fui trabalhar da parte da tarde - mas com uma sensação de liberdade e renovação que me permitiu dormir descansadamente pela primeira vez em quinze dias. Foi um bom dia para mudar. Cristo ressuscitou e, tal como ele, eu ressuscitei. Renasci. O dia de Páscoa é um bom dia para renascer, renovar e revitalizar. Um bom dia para começar um novo ciclo. Tão bom que os meus amigos já me dizem que estou com um óptimo aspecto. Que parece que o Sol nasceu dentro de mim. A verdade é que nasceu mesmo e, pela forma que me sinto, deverá ficar a brilhar durante bastante tempo. A C. tem razão: a liberdade não tem preço e eu estava numa casa e numa situação que me prendia. E, como diz o R., já devia de ter acontecido à muito tempo.

 

Decidi mudar tudo. Casa, roupas (claro que aos poucos!), lençóis e cobertores... Deitar tudo que me lembra estes últimos meses fora. Esquecer pessoas para dar espaço para novas pessoas e voltar a sorrir.

 

Até o tempo parece concordar comigo porque, desde que mudei, o Sol tem brilhado mais. Ou talvez seja o Sol renascido em mim. Mas não serei assim tão egocentrista. Quer dizer, serei. Pelo menos nisto. Tenho direito. Dei demasiado de mim exigindo (e recebendo) tão pouco que tenho direito a ser egocêntrico pelo menos uma vez na vida. A partir de agora, quero alguém que me mereça. Alguém que lute por mim. Porque todos estes meses vieram apenas provar uma coisa: tenho muito mais valor do que muitos pensam. E exijo que esse valor seja reconhecido! Claro que não sou intransigente ao ponto de negar-me oportunidades. Sejamos realistas!

 

Venha daí o Sol, a renovação e o renascimento que, pelo menos, há vontade e força para lutar em ser feliz, bolas!